Explorando os superpoderes do corpo humano: uma jornada de aprendizado na Pré-Escola I

A fascinação pelos super-heróis é algo que encanta a imaginação das crianças. E não é à toa que esse interesse se torna um assunto recorrente nas animadas rodas de conversa diárias na Pré-Escola I, da professora Patrícia Maia, que atua no CEMEI Hortência Corina Ferreira. O que poderia ser apenas uma fonte de entretenimento ganhou uma dimensão educativa surpreendente, quando Patrícia decidiu aliar o universo dos superpoderes ao processo de aprendizado sobre as partes do corpo humano.

Aproveitando vários "Campos de Experiências" da  BNCC, o projeto aconteceu no primeiro semestre deste ano e o objetivo era claro: oferecer às crianças uma referência significativa, não apenas para compreenderem a complexidade de seu próprio corpo, mas também para criar um vínculo entre o conhecimento teórico e os elementos presentes no imaginário infantil.

À medida que as atividades fluíam, um diálogo instigante começou a emergir. Questões curiosas sobre cicatrização de machucados e processo de crescimento se entrelaçaram com as discussões sobre superpoderes. Os estudantes naturalmente associaram os fenômenos biológicos a habilidades extraordinárias, e assim, a conexão foi feita. O corpo humano, afinal, é dotado de verdadeiros superpoderes invisíveis.

Para responder às indagações das crianças, uma abordagem multidisciplinar se mostrou essencial. Vídeos explicativos foram usados para ilustrar os complexos mecanismos de regeneração celular, enquanto uma consulta em uma enciclopédia infantil proporcionou respostas embasadas e acessíveis. A exibição de um episódio do programa "O Show da Luna", descomplicou o processo de regeneração das células após um corte ou machucado. O entusiasmo pelo assunto levou a professora Patrícia a embarcar com a sua turma numa emocionante dramatização, onde as crianças personificaram os protagonistas invisíveis desse enredo biológico: glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, cada um desempenhando seu papel na trama da cicatrização.

Com a criatividade em alta, a professora orientou a turma também na criação de cartazes sobre o corpo humano, usando diversos materiais. O resultado final foi um colorido e educativo mapa do corpo humano, que agora enfeita orgulhosamente a sala de aula, pronto para ser consultado a qualquer momento.

Nessa jornada de aprendizado, o mundo dos superpoderes não é mais apenas uma fantasia distante; ele se entrelaçou com a compreensão tangível do corpo humano. À medida que as perguntas curiosas das crianças deram forma a atividades criativas e investigações científicas, uma nova perspectiva foi plantada – a de que os verdadeiros superpoderes estão dentro de nós, invisíveis, mas extraordinariamente reais.

A tecnologia também teve papel importante, com os estudantes montando quebra-cabeças digitais utilizando a lousa interativa do aplicativo Google Jamboard, na qual cada criança montou um quebra-cabeça de sua própria foto, registrando seu progresso e crescimento individual.

Para todo o trabalho foram utilizados: materiais não estruturados; papelão e papéis variados; tintas; cola; canetinhas; massa de modelar; recursos tecnológicos (tablet, aplicativo Google Jamboard, aplicativo de edição CapCut, site de animação de desenhos, o metademolab.com; aplicativo Canva for Education)

Ao longo dessa exploração, o tema do crescimento foi aprofundado, destacando a importância do hormônio de crescimento (GH) e o processo de multiplicação celular, especialmente durante o sono. O comprometimento com a alimentação saudável, vacinação e atividades físicas foi enfatizado, ensinando às crianças como se tornarem "super-heróis" em sua própria jornada de desenvolvimento.

Para adicionar um toque pessoal, uma linha do tempo individual permitiu que os estudantes vissem sua evolução desde o nascimento e comparassem fotos de quando eram bebês. Esse exercício não apenas nutriu o entendimento do crescimento físico, mas também reforçou a importância da aceitação das diferenças entre os colegas.

No ápice desse projeto inovador, as crianças deram vida a bonequinhos utilizando materiais não estruturados, através da tecnologia, com suas vozes incluídas nas animações. O resultado final foi um testemunho da jornada de descoberta, onde a exploração do corpo humano se fundiu harmoniosamente com a imaginação dos super-heróis, enriquecendo as mentes criativas de maneira única.

Em resumo, a experiência não apenas proporcionou um ambiente educativo para as crianças, mas também construiu uma ponte lúdica e informativa entre o mundo dos super-heróis e as maravilhas do corpo humano. Nessa jornada, a curiosidade foi nutrida, os conhecimentos foram expandidos e as bases foram estabelecidas para futuras explorações. 

Para a professora Patrícia Maia, em pouco mais de duas semanas de investigação “a turma se desenvolveu consideravelmente nas áreas trabalhadas. Pode-se notar a evolução no registro do esquema corporal se atentando aos detalhes ao desenhar a figura humana ao passo que se tornou possível reconhecer e nomear as principais partes do corpo humano. Os conhecimentos conceituais acerca do crescimento e desenvolvimento também foram consolidados. A observação da linha do tempo foi muito atrativa pois proporcionou aos pequenos repensarem a própria história desde o nascimento. A ideia geral do funcionamento do nosso sistema imunológico enriqueceu profundamente o repertório de palavras da turma adicionando a ciência como principal componente de uma pesquisa confiável. As crianças ficaram muito à vontade na produção com materiais não estruturados, algumas tendo pela primeira vez contato com lã e tecidos mais rústicos. Toda essa experiência despertou a vontade de aprender sobre outros temas e aumentou a autoestima da turma demonstrando que até uma pequena criança, quando bem conduzida, pode se tornar um grande cientista”.

Que trabalho incrível Professora Patrícia Maia. 

Parabéns a você e para as crianças!🤩🚀🤩

Parabéns para a equipe gestora do CEMEI Hortência Corina Ferreira e todos que estiveram envolvidos no projeto.

E como as crianças se desenvolveram com tantas experiências transformadoras, evidenciando que, sob orientação adequada, é plenamente possível que elas se despertem como verdadeiras cientistas!

Vânia Flores 

Coordenadora Pedagógica

SEDUC Varginha